segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Somos o que temos ou temos o que somos?

   E foi-se o tempo em que brincavamos na rua de pega-pega, subiamos numa árvore pra comer uma deliciosa goiaba, o tempo em que ficavamos sentados a beira de um açude num bom papo e molhando os pés, tempo em que escorregava-mos de "catemba"(palha da palmeira imperial) na Escola de Agronomia, que iamos  no estábulo tomar leite de vaca fresquinho tirado no caneco de ágata com açucar dentro, ai tempo bom! E rouba-bandeiras, lembra? Crescemos.
   Muito do que aprendemos está nessas birncadeiras e aventuras que tivemos quando crianças, sempre no companheirismo das amizades da vizinhança. Nossa! Recebiamos visita dos primos nas férias e a turma sempre ia aumentando.
   Não se tinha a malícia que vemos hoje, as pessoas eram sim transparentes e eu me conservei assim, porém o mundo vai nos mudando, ou melhor, resolvemos mudar pra acompanhar essa dita "evolução", que triste!
   Serimamos bem melhores se não nos deixassemos levar pelo exercício do "ter", onde tantos parecem não se contentar com o que já construiram e sempre querem mais e acabam esquecendo do "ser"...
   Como se dizer: eu sou quando ficou muito mais fácil e possessivo falar: Eu tenho.
   Mas o que realmente temos? Casas? carros? roupas? e mais e mais objetos materiais?
   Ei! pega na minha mão e vamos lembrar o tempo de criança, voltar a brincar de pega-pega, se permitir molhar os pés no açude, lembrar o vento no rosto e o sorriso gostoso ao escorregar na "catemba".
   Não seriamos bem mais do que teriamos?
   Obrigado Senhor, pela infância tão saudável e feliz!
   Meu saudoso abraço de criança e boa reflexão pra quem junto comigo viveu esse tempo maravilhoso.
   Saudades...

Nilton Dias